Filósofo pré-socrático e médico grego de Crotona, o principal centro de estudo e divulgação do pensamento pitagórico, hoje na Itália, um dos mais importantes discípulos de Pitágoras (580-497 a. C.). Dedicado à medicina e às investigações das ciências naturais, realizou a primeira dissecação de um cadáver humano e desenvolveu uma teoria acerca da origem e dos processos fisiológicos das sensações, sugerindo que os sentidos estariam ligados ao cérebro.
Segundo escritos de sua época foi o primeiro a relacionar o cérebro com as funções psíquicas, a psyqué, ao descobrir, por dissecação, que certas vías sensoriais terminavam no encéfalo e elaborou uma teoría da desarmonía como causa de enfermidades. Pode ter sido o verdadeiro descobridor das trompas de Estáquio, além de um pioneiro da embriologia.
A ele atribui-se a bela frase: Das coisas invisíveis têm clara consciência os deuses, a nós enquanto humanos, nos é permitido apenas conjecturar. Concebeu a saúde como isonomia do equilíbrio ao afirmar que o que conserva a saúde é o equilíbrio das qualidades…, que se simbolizariam em Poseidón. Da sua filosofia, transmitida sob forma de comentário, doxografia, principalmente através da obra de Aristóteles (384-322 a.C.), destacam-se dois pontos importantes:
1) a elaboração de uma tabela de pares de opostos, que funcionariam como princípio, arché, da natureza: limite-ilimitado, ímpar-par, unidade-pluralidade, direito-esquerdo, masculino-feminino, repouso-movimento, reto-torto, luz-sombra, bom-mau, quadrado-oblongo;
2) uma compreensão da imortalidade da alma, por concebê-la em eterno movimento, à semelhança dos astros e dos entes divinos.