Alceu Amoroso Lima

Crítico literário, professor de literatura, pensador, polígrafo e líder católico brasileiro nascido em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, que sempre se envolveu com a política e as questões sociais. Filho de Manuel José Amoroso Lima e de Camila da Silva Amoroso Lima, cursou o Colégio Pedro II, formou-se em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro (1913) e adotou o pseudônimo Tristão de Ataíde, ao se tornar crítico (1919) em O Jornal. Após publicar seu primeiro livro, o ensaio biocrítico Afonso Arinos (1922), travou com Jackson de Figueiredo um famoso e fértil debate, do qual decorreu sua conversão ao catolicismo (1928).

Inicialmente adotou uma posição muito conservadora, mas ao fim da vida era tido como um intelectual progressista, em luta contra as transgressões à lei e a censura que o regime militar (1964) iria impor ao Brasil. Após a morte de Jackson de Figueiredo, o substituiu na direção do Centro Dom Vital e da revista A Ordem. Como presidente da Ação Católica (1932-1945) combateu a Aliança Nacional Libertadora (1935), posicionou-se a favor de Franco na guerra civil espanhola (1936) e integrou uma comissão governamental que se propunha a defender a cultura nacional contra o bolchevismo (1937). Na ditadura de Getúlio Vargas, substituiu Afonso Pena Júnior na reitoria da Universidade do Distrito Federal, onde assumiu também a cátedra de sociologia.

Passou (1941) a ensinar literatura brasileira na Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, e na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Começou a escrever para o Diário de Notícias (1947) a coluna Letras universais, republicada em outros jornais e que grande prestígio nacional. Tornou-se (1958) colaborador regular do Jornal do Brasil e da Folha de São Paulo. Tornou-se um forte opositor ao regime militar (1964), quando denunciou pela imprensa a repressão que se abatia sobre a liberdade de pensamento. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras (1935), ocupando a cadeira de número 40, na vaga por morte do professor Miguel Couto. Sem nunca renunciar aos seus artigos na imprensa, que contaram sempre com um público dos mais fiéis, publicou dezenas de livros sobre os temas mais variados, e morreu em Petrópolis, sua cidade natal.

Em vida ministrou cursos sobre civilização brasileira em universidades estrangeiras, inclusive na Sorbonne e nos Estados Unidos. Patrocinou em múltiplas ocasiões as cerimônias de formatura de estudantes de diversas especializações que rendiam tributo à sua luta constante contra os regimes de caráter autoritário. Faleceu no Rio de Janeiro, a 14 de agosto (1893) e entre suas principais publicações literárias relacionam-se Introdução à Economia Moderna (1930), Preparação à Sociologia (1931), Problemas da burguesia (1932), Introdução ao direito moderno (1933), No limiar da Idade Nova (1935), O Espírito e o Mundo (1936), Idade, Sexo e Tempo (1938), Três ensaios sobre Machado de Assis (1941), O existencialismo (1951), A segunda revolução industrial (1961) e Memórias improvisadas (1973).

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