Albrecht Dürer
Por Redação
Matemático, físico, botânico, zoólogo, desenhista e pintor profissional alemão nascido na cidade imperial livre de Nürnberg, ou Nuremberg, introdutor da arte da representação gráfica em três dimensões, ou seja, em perspectiva, e considerado a figura principal da arte alemã do século XVI. Segundo filho do ourives Albrecht Dürer o velho, que tinha deixado a Hungria para se instalar Nürnberg (1455) e de Barbara Holper que teve nascido lá, aprendeu desenho com o pai e, precoce, aos 13 anos já pintou com qualidades um auto-retrato (1484), além da pintura de uma Madona. Foi educado em Lateinschule, em St Lorenz, e começou a trabalhar como desenhista de jóias para seu pai.
Seu pai o levou (1486) para o ateliê de Michel Wohlgemuth, produtor especial de retábulos de altar, a fim de aprender pintura e gravura em madeira. É desse ano seu primeiro quadro conhecido: um retrato de seu pai. Depois de um aprendizado de quatro anos, o aluno tinha alcançado um nível de qualidade artística superior ao do professor famoso e seu mestre o aconselhou que viajasse aumentar sua experiência e conhecer outros artistas. Visitou os Países Baixos e depois a Alsácia (1490) e morou por algum tempo em Basiléia, na Suíça, onde fez a primeira xilogravura famosa, a São Jerônimo curando o leão, e pintou o famoso Auto-retrato com flor de cardo. De volta a Nuremberg, casou-se (1494) e viajou para Veneza, a fim de estudar a arte renascentista italiana. Na Itália, onde havia estilos artísticos muito diferentes, ficou tempo suficiente para desenvolver o próprio estilo e resolveu voltar para a Alemanha para contatar técnicas de outros artistas alemães.
Na volta passou por Nördlingen, Ulm, Colmar e Strasbourg, entre outras cidades, antes de voltar para sua Nürnberg (1520). Pintou retratos de importantes personalidades alemãs, como o de Frederico o Sábio, conservado no Museu do Prado, em Madri. Viajou novamente a Veneza (1505) onde pintou alguns de seus melhores quadros religiosos, como Jesus entre os doutores, Festa do rosário, Adão e Eva, um dos primeiros nus da pintura alemã. Esteve a serviço (1512-1519) do imperador Maximiliano I, de quem fez retratos e desenhos e fez sua última viagem (1520), desta vez aos Países Baixos, onde conheceu o novo imperador Carlos V e estudou as principais obras da pintura flamenga. De volta a terra natal, viveu os anos de sua vida entre o trabalho artístico e o teórico.
Pintou outros retratos e sua obra mais conhecida, Os quatro apóstolos, escreveu também dois livros sobre geometria e arquitetura e iniciou a redação de um tratado sobre pintura, do qual só completou a parte referente à anatomia humana, publicado postumamente sob o título Vier Bücher von menschlicher Proportion. Com a saúde abalada, ele dedicou os anos restantes de sua vida principalmente a escritas teóricas e científicas e ilustrações, embora vários retratos de caráter famosos e algumas gravuras de retrato importantes e xilogravura também datam deste período, e morreu na mesma Nürnberg onde nascera.
Em sua vasta obra consta a introdução da arte da representação gráfica em três dimensões, ou seja, em perspectiva. Foram notáveis A adoração dos magos (1496), as 15 gravuras em madeira de O Apocalipse (1498), a série de dezenas de gravuras A grande Paixão e A pequena Paixão (1498-1511), e outra série de trabalhos com gravuras: O cavaleiro, a morte e o diabo, São Jerônimo em sua cela e Melancolia (1513-1514). Além de um grande artista foi também um excelente matemático. Sua principal obra científica foi Unterweisung der Messung mit dem Zirkel und Richtscheit (1525), o primeiro texto matemático a aparecer em alemão.