Jornalista e romancista brasileiro nascido na cidade do Rio de Janeiro, cronista dos costumes da sociedade do seu tempo e um dos mais expressivos romancistas brasileiros. Filho de um tipógrafo da Imprensa Nacional e de uma professora pública, era mestiço de nascença e foi iniciado nos estudos pela própria mãe, de quem ficou órfão aos 7 anos de idade. Fez seus primeiros estudos e, pela mão de seu padrinho de batismo, o Visconde de Ouro Preto, ministro do Império, e completou sua formação básica no Ginásio Nacional Pedro II), no Rio de Janeiro. |
Matriculou-se na Escola Politécnica (1897), pretendendo ser engenheiro. Teve, porém, de abandonar o curso para assumir a chefia e o sustento da família, devido ao enlouquecimento do pai (1902), internado na Colônia de Alienados da Ilha do Governador onde ele ficou como almoxarife. Estreou na imprensa estudantil e candidatou-se a um cargo vago na Secretaria da Guerra, mediante concurso público, tendo passado em 2.° lugar e ocupado a vaga, por desistência do 1.° colocado (1903).
Resolve se dedicar a literatura iniciando (1904) a primeira versão do romance Clara dos Anjos. No ano seguinte começou o romance Recordações do escrivão Isaías Caminha, publicado em Lisboa (1909). Como jornalista, dispersou a sua atividade pelas revistas Brás Cubas, Careta, Fon-Fon, O Malho e por vários jornais de sua época. Desenvolvendo um estilo humorístico e satírico, seus romances tornaram-se muitos populares. Vítima do vício da bebida que o acompanhava a mais de dez anos, morreu em sua cidade natal.
Dentre os livros que publicou, destacaram-se ainda os romances Triste Fim de Policarpo Quaresma (1916), considerado seu melhor trabalho, Numa e Ninfa (1918) e Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919). Também fez sucesso como o livro de contos Histórias e Sonhos (1920) e o de sátiras Os Bruzundangas (1922), cujos originais apresentou em seu leito de morte. Postumamente sobressaíram-se o livro de crônicas, Bagatelas (1923) e a novela Clara dos Anjos (1948) além dos livros de contos Outras histórias e Contos argelinos (1952), de sátiras Coisas do Reino do Jambom (1953) e de memórias Diário Íntimo (1956).