Adhemar Ferreira da Silva
Por Redação
O maior atleta olímpico brasileiro e nascido em São Paulo, SP,.bi-campeão olímpico e recordista mundial de salto triplo, e responsável pelo renascimento dessa modalidade esportiva. Filho de ferroviário e lavadeira, ele não ficou rico com as conquistas e treinava apenas duas ou três vezes por semana, só na hora do almoço, pois trabalhava e estudava duro. Desde os 16 anos, fumava um maço de cigarros por dia, inclusive no tempo de suas maiores glórias, atitude impensável para os atuais atletas. Começou a carreira atlética em sua cidade e interessou-se pelo salto triplo (1947) por influência de Ewald Gomes da Silva, atleta e dirigente são paulino que mais tarde se tornou presidente da Federação Paulista e depois da Federação Brasileira de Atletismo. |
Conquistou a primeira vitória aos vinte anos, logo após a estréia, quando alcançou a marca de 13,05m no salto triplo, numa evolução tão impressionante que levou o técnico alemão Dietrich Gerner a começar a falar em sucesso internacional e recorde mundial.. Foi duas vezes recordista sul-americano com 15,51m (1949) e 15,83m (1950), e bateu pela primeira vez o recorde mundial no estádio do Fluminense Futebol Clube, no Rio de Janeiro, com 16,01m (1951). Foi campeão pan-americano (1951) e campeão sul-americano (1952). Nas Olimpíadas de Helsinki, Finlândia (1952), conquistou a medalha de ouro ao bater o recorde olímpico e estabelecer duas novas marcas mundiais: 16,12m e 16,22m. Nos Jogos Pan-Americanos realizados no México (1955) obteve sua melhor marca: 16,56m, que permaneceu imbatível por cinco anos.
Conquistou mais uma medalha de ouro para o Brasil em Melbourne, Austrália (1956), ao estabelecer novo recorde olímpico, com 16,35m. Pentacampeão sul-americano e tricampeão pan-americano (1951,1955 e l959) e campeão luso-brasileiro, em Lisboa (l960), foi dez vezes campeão brasileiro, tendo mais de 40 títulos e troféus internacionais. Mesmo fracassando nos Jogos de Roma (1960), obteve o reconhecimento da torcida italiana, que o ovacionou dentro do estádio olímpico mesmo após a desclassificação. Mais tarde, descobriu a causa do mau desempenho: estava com princípio de tuberculose. Praticamente um autodidata, revolucionou o salto triplo direcionando sua atenção para o segundo salto, até então apenas um impulso para o terceiro, e foi muito superior aos concorrentes durante anos. Escultor formado pela Escola Técnica Federal de São Paulo (1948), também se formou em Educação Física na Escola do Exército, Direito na Universidade do Brasil (1968) e Relações Públicas na Faculdade de Comunicação Social Casper Libero (1990).
Poliglota, foi Adido Cultural na Embaixada Brasileira em Lagos, Nigéria (1964-1967). Foi ator na peça Orfeu da Conceição (1956), de Vinicius de Moraes e no filme franco-italiano Orfeu do Carnaval (l962), que venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro. Terminou a vida trabalhando para o Estado de São Paulo, organizando competições nacionais e internacionais de Atletismo. Recebeu (1993) o título de Herói de Helsinque, junto com Emil Zatopek. Foi agraciado pelo COB (2000), com o Mérito Olímpico. Sua última aparição pública foi na última edição da Maratona de São Silvestre, em São Paulo, na virada do ano, quando entregou os prêmios aos vencedores. Morreu vítima de parada cardiorrespiratória, em São Paulo e foi sepultado no Cemitério Chora Menino, da Zona Norte da capital paulista.