Abu Jafar Mohamed ibn Musa al-Khwarizmi
Por Redação
Brilhante matemático e astrônomo persa-muçulmano nascido provavelmente na região de Khwarizm, sul do mar de Aral, na Ásia central, descobridor do Sistema de Numeração Decimal e dos dez símbolos, que hoje são conhecidos como algarismos indo-arábicos, e introdutor desses numerais e dos conceitos da álgebra na matemática européia. O Califa al-Mamum ocupava o trono do Império Árabe e decidiu transformar seu reino em um grande centro de ensino onde se pudesse dominar todas as áreas do conhecimento, originando a primeira época áurea da ciência islâmica. E para atingir esse objetivo, contratou e trouxe para Bagdá os grandes sábios muçulmanos daquela época. Entre esses sábios estava al-Khowarizmi, o maior matemático árabe de todos os tempos. |
Vivendo sob os califados de al-Mamun e al-Mutasim, de sua vida anterior a Bagdá pouco se sabe, porém escreveu principalmente sobre astronomia, geografia e matemática. Da importância de sua obra também se originou a palavra álgebra (al-jabr = reunir). Seu extraordinário trabalho sobre matemática elementar Kitab Al-jabr w’al-mukabalah (A arte de reunir desconhecidos para igualar ao conhecido, 820), uma compilação de regras para solução aritmética de equações lineares e de segundo grau, baseado nos trabalhos de Diofante, foi traduzido no século XII para o latim e quando deu origem ao termo álgebra.
Encarregado de traduzir para o árabe os livros de matemática vindos da Índia, numa dessas traduções o matemático se deparou com aquilo ainda hoje é considerado, a maior descoberta no campo da matemática: O Sistema de Numeração Decimal. Ele ficou tão impressionado com a utilidade daqueles dez símbolos, que hoje são conhecidos como: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, que escreveu um livro explicando como funciona esse sistema. Este importante trabalho (825) foi preservado numa tradução latina Algoritmi de numero Indorum (975), um texto sobre a arte hindu de calcular, obra que divulgou os símbolos e o sistema numérico indo-arábico.
Este livro introduziu bibliograficamente na Europa, o sistema numérico dos hindus, que passou a ser conhecido como algarismos arábicos, além de importantes conceitos algébricos. Deste texto surgiu o termo algorítmo. Também compilou tabelas astronômicas, baseadas no Sind-hind, versão árabe do original sânscrito Brahma-siddhanta, no século VII da era cristã, e morreu em Bagdá. O termo algarismo vem de al-Khowarizmi, usado para denominar os símbolos de 0 a 9, uma homenagem a esse matemático árabe que mostrou a humanidade a utilidade desses dez e magníficos símbolos.
NOTA E S P E C I A L: (adaptação do Dbelz HP)
O Zero
O zero surgiu com a criação pelos hindus do sistema de numeração posicional, em conseqüência de que muitos cálculos efetuados por eles eram realizados com a ajuda de um ábaco, instrumento que para a época poderia ser considerado uma veradeira máquina de calcular. O ábaco usado inicialmente pelos hindus, consistia em meros sulcos feitos na areia, onde se colocavam pedras. Cada sulco representava uma ordem.
Assim, da direita para a esquerda, o primeiro sulco representava as unidades; o segundo as dezenas e o terceiro as centenas. Por exemplo, uma representação do número 401, no sulco das centenas apareciam quatro pedras, o das dezenas aparecia vazio, indicando que não existia nenhuma dezena, e o das unidades continha mais uma pedra.
Como para escrever aquele algarismo vazio faltava um símbolo que indicasse a inexistência de quantidade, no exemplo as dezenas, os hindus criaram um símbolo semelhante ao traçado das bordas do sulco vazio e o chamaram de Sunya (vazio). Ou seja, para escrever o número representativo do espaço vazio no ábaco de areia, faziam o desenho do sulco vazio, para indicar que não havia no número nenhuma dezena, por exemplo. Desta maneira criaram o zero, cuja grafia desde aquela época já se parecia com o que se usa hoje.