Abílio Manuel Guerra Junqueiro
Por Redação
Célebre poeta anticlerical português nascido em Freixo-de-Espada-à-Cinta, Trás-os-Montes, Portugal, de sólida influência francesa e que obteve em suas sátiras efeitos de caricatura que intensificaram a retórica de seus versos. De família rica e severamente católica, freqüentou a Faculdade de Teologia (1866-1868) que abandonou para seguir para a Universidade de Coimbra onde se formou em Direito (1868-1873) e passou a freqüentar ambientes de intelectuais e políticos. Entrou em contato com os intelectuais do Cenáculo e colaborou na revista Lanterna Mágica (1875). |
Sua primeira publicação foi Mysticae nuptiae (1866), seguida de A morte de D. João (1874) e a coleção de poemas A musa em férias (1879). Foi secretário dos governos de Angra e Viana, filiou-se no Partido Progressista, monárquico, que estava na oposição (1879), elegeu-se deputado pelo círculo de Quelimane, Moçambique (1880) e representou o país em Berna. Ingressou no grupo Vencidos da Vida (1888), de que faziam parte Eça de Queirós e Oliveira Martins, e continuou a escrever até que se retirou para suas propriedades no Douro (1891), onde evoluiu para o misticismo, caracterizado pela piedade para com os humildes.
Morreu em Lisboa, deixando como sua obra mais conhecida, A velhice do Padre Eterno (1875), uma sátira anticlerical de contundente humor e de aspecto caricaturista. Os romances Prosas Dispersas (1921) e Horas de Combate (1924) e obras poéticas como Duas Páginas dos Catorze Anos (1864), Vozes sem Eco (1867), Baptismo de Amor (1868), A Musa em Férias (1879), Finis Patriae (1880), Os Simples (1892), Pátria (1896), Oração ao Pão (1903), Oração à Luz (1904) e Poesias Dispersas (1920). Após a sua morte, surgiu Horas de Combate (1924), reunindo os seus discursos políticos.