Gregório de Matos Guerra (BA, 1636 – Recife, PE, 1695)
Por Redação
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• GREGÓRIO DE MATOS
• Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador, Bahia, em 7 de abril de 1636. Faleceu em Pernambuco, em 1696.
De família abastada, Gregório estudou com os jesuítas de Salvador. Em 1650, com 14 anos, embarcou para Portugal (Lisboa), aonde foi com o propósito de estudar Direito.
Matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde se formou em julho de 1661 e passou a exercer a magistratura.
Interrompeu a carreira de juiz para voltar ao Brasil (por volta de 1680). Supõe-se que, nessa altura, já teria feito conhecer o seu talento de repentista e zombeteiro. •
• POESIA SATÍRICA – Apesar de ter exercido funções religiosas e de ter um irmão padre (Eusébio de Matos), Gregório não perdoa a Igreja Católica baiana: faz sátiras ferinas contra padres e freiras, chegando mesmo a usar palavrões em pleno século XVII.
E nos frades há manqueiras?… Freiras…
E que ocupam os serões…? Sermões.
Não se ocupam em disputas? Putas.
Com palavras dissolutas
Me concluís na verdade,
Que as lidas todas de um frade
São freiras, sermões e putas.
Veja o que disse o poeta sobre a Sé da Bahia, órgão central da Igreja Católica no Brasil:
A nossa Sé da Bahia
Com ser um mapa de festas,
É um presepe de bestas,
Se não for estrebaria.
Várias bestas cada dia,
Vemos que o sino congrega:
Caveira, mula galega,
O Deão, burrinha parda,
Pereira, besta de albarda,
Tudo para a Sé agrega.
Depois de ridicularizar a Igreja Católica, Gregório voltou sua pena satírica contra o governador-geral da Bahia, Antônio de Sousa Meneses, que esteve à frente do governo de maio de 1682 a junho de 1684.