O Esplendor da Economia Gomífera
Por Redação
Nos primeiros momentos, não houve interesse maior, conquanto em 1770 Pristley houvesse vulgarizado na Inglaterra o uso da goma elástica indígena para apagar traços deixados pelo lápis. Em dez anos, seria possível empregar a borracha na fabricação de objetos cirúrgicos.
O ESPLENDOR DA ECONOMIA GOMÍFERA
O progresso das técnicas, resultantes da Revolução Industrial e com elas o progresso do invento de utilidades, criou, no século XIX, condições especiais ao desenvolvimento do capitalismo. Todo um novo status se foi, assim, constituindo e assegurando às sociedades da Europa e dos Estados Unidos, com os créditos de superioridade de que se julgaram monopolizadores, aquela força imperial que as levou a competições, a novos empreendimentos para ampliação dos espaços coloniais, a inversões vultosas na indústria pesada, imperialismo político e econômico, em última análise, à fortificação do sistema capitalista.
Arrocho – A técnica de extração do látex da seringueira, chamada arrocho, era extremamente prejudicial à árvore, causando-lhe a morte rápida. O arrocho consistia em ferir a seringueira de alto a baixo e, em seguida, amarrá-la fortemente com cipós, visando extrair todo o seu látex de uma só vez.
Xingu e Tapajós – A maior cotação vinha do Xingu e do Tapajós, cujos manadeiros iam sendo atingidos. Às suas margens, abriam-se seringais. A produção paraense, entre 1898 e 1904, alcançara 11.962 toneladas.
Belém e Manaus – A borracha trazida dos seringais era desembarcada em Belém ou em Manaus, onde pagava os direitos de exportação que os Estados do Amazonas e Pará cobravam. Assim, procedia-se à passagem e à classificação, sob a fiscalização dos interessados, as firmas comerciais que adquiriam para os centros consumidores dos Estados Unidos e da Inglaterra.
A classificação ocorria em duas operações:
a) A pele era cortada ao meio para se lhe tirar toda e qualquer impureza que, porventura, contivesse.
b) Depois do corte, passava-se à segunda fase de classificação: “fina”, “entrefina” e “sernambi”. A primeira, também conhecida por “parafina”, era de primeira qualidade; a segunda apresentava impurezas decorrentes do preparo mal-acabado; a terceira constituía-se de produto feito com restos de látex que caía ao solo e vinha, assim, de mistura com terra e com outras impurezas. Havia ainda uma borracha menos resistente, a “fraca”, retirada de árvores que produziam um látex pobre, aguado. Era produzida em Autazes, no Solimões e no rio Negro (nas várias ilhas). Encerradas as duas operações, passava-se ao encaixotamento para embarque nos armazéns das firmas que se ligavam aos negócios.
A ESTRUTURA ECONÔMICA
Sacrifício – Para explorar essa atividade econômica, exigia-se muito sacrifício. As seringueiras eram dispersas e distantes, tornando difícil a extração do látex.
Atividade predatória – E a dispersão da espécie levava à dispersão do homem, que não se sedentarizava. A extração era feita de forma predatória. As zonas de extração cedo empobreciam.